Iniciada em janeiro de 2008, a pesquisa desenvolvida pela unidade Agrobiologia da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – concluída em fevereiro deste ano, mostrou que o processo de produção do etanol feito de cana-de-açúcar, desde a colheita até a distribuição nas bombas, é mais limpo em comparação ao da gasolina, também analisado desde a extração do petróleo: o despejo de poluentes no ar seria entre 73% e 80% menor.
De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa, Bruno Alves, se toda a frota brasileira substituísse o combustível fóssil pelo álcool, seriam evitadas as emissões de 53 milhões de toneladas de CO2 equivalente (dióxido de carbono, óxido nitroso e metano) por hectare, por ano. O número representa, aproximadamente, as emissões totais de países como a Suécia ou a Dinamarca em 2004.
“Os resultados apontam uma mitigação acima de 73%, mas falar em 80% também é um número seguro”, afirma Alves, que integra a equipe de pesquisadores formada também por Luís Henrique Soares, Robert Boddey e Segundo Urquiaga.
O estudo incluiu o desempenho de veículos em sua avaliação e levou em consideração que um carro movido a álcool percorre 7,2 quilômetros por litro enquanto um movido à gasolina anda 10,4 quilômetros com mesmo volume. Outro fator contabilizado é a estimativa de que 60% da área para plantio de cana no país seja queimada no momento da colheita, aumentando o nível de poluição do processo. “A partir do momento em que o Brasil extinguir esse movimento, a mitigação vai aumentar de 80% para 86%”, diz Alves.
Para aperfeiçoar os dados, a Embrapa está em fase de substituir os fatores de emissão do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – por medições brasileiras. A expectativa é que o novo levantamento, mais adequado à realidade brasileira, traga percentuais ainda mais positivos.
Por Manoella Oliveira
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