O Flamengo anunciou na noite desta quarta-feira que não irá renovar os contratos dos ginastas Diego Hypólito, Daniele Hypólito e Jade Barbosa. Alegando não ter verba para dar continuidade aos esportes olímpicos, o clube também cortou investimentos nas demais modalidades consideradas "amadoras". Somente o remo, uma obrigação estatutária, e o basquete, que conta com verba da Petrobras, serão mantidos.
"Não quero falar de casos específicos. Estamos atarefados e envolto a enormes problemas com o futebol. O que posso dizer é que, no campo dos esportes olímpicos, nenhum contrato vai ser renovado. Não temos dinheiro. Só poderemos fazer isso quando o Governo Federal passar a investir nos clubes para fomentar essas modalidades. Até lá, o clube só continuará investindo em basquete e remo", afirmou o presidente Márcio Braga em entrevista ao UOL Esporte.
O vice-presidente Delair Dumbrosck também confirmou o corte. "Não temos mais dinheiro para manter investimentos tão altos. Não vamos renovar os contratos dos ginastas. É uma decisão que tivemos que tomar, já que não temos qualquer apoio do Governo Federal ou do Comitê Olímpico Brasileiro para manter esses esportes", disse o dirigente à reportagem.
Por meio de nota, o clube fez questão de transferir a responsabilidade do corte para o COB. Braga, assim como outros presidentes de clube, defende que suas entidades também recebam uma fatia da lei Agnelo-Piva.
"Segundo a Folha de São Paulo, além dos recursos da Lei Agnelo Piva, o COB gastou 10 milhões de dinheiro público em consultoria para a candidatura Rio 2016, um montante de 6,7 milhões para a equipe de elaboração do dossiê, 7 milhões para a visita do COI ao Rio, enquanto a FIFA visita 18 cidades para a Copa e não gasta um centavo público. Se qualquer uma dessas verbas tivesse chegado ao Flamengo o clube não estaria passando por esta situação nos esportes olímpicos", afirmou Braga.
A crise dos esportes olímpicos no Flamengo já vem de longa data. Os próprios ginastas já amargavam dois meses de salários atrasados. Basquete e outras modalidades, como o judô, também enfrentavam o mesmo problema. Segundo Delair, os atrasos atestam que o clube não tinha mais condições de manter os esportes olímpicos.
"Não podemos continuar investindo um dinheiro que a gente não tem. Utilizando recursos que vem do futebol para manter um monte de outros esportes. É preferível investir em um jogador, que futuramente pode ser vendido e trazer recursos para o clube", finalizou o vice-presidente.
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