terça-feira, 26 de maio de 2009

Pyongyang responde a críticas do ONU e lança 2 novos mísseis

Crianças vestidas com roupa especial assistem a simulação dos efeitos da explosão de uma bomba nuclear em Seul

Crianças vestidas com roupa especial assistem a simulação dos efeitos da explosão de uma bomba nuclear em Seul

A Coréia do Norte disparou dois mísseis de curto alcance nesta terça-feira, depois do teste nuclear e dos três mísseis lançados na segunda-feira, elevando ainda mais a tensão com a comunidade internacional, que deseja mais firmeza nas ações contra o regime norte-coreano.

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU condenou o teste nuclear, qualificando o mesmo de "clara violação das leis internacionais", e decidiu preparar uma resolução que deve conter novas sanções contra o regime de Pyongyang.

A Coréia do Norte já havia lançado três mísseis na segunda-feira e disparou outros dois nesta terça-feira, um míssil terra-ar e um míssil terra-mar na costa leste, perto da cidade de Hamhung, com alcance de 130 km, infirmou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

"Os serviços de inteligência estão analisando os motivos dos disparos", afirmou uma fonte da presidência sul-coreana.

O teste nuclear de segunda-feira foi muito mais potente que o de outubro de 2006, informaram os governos do Japão e Rússia, ao mesmo tempo que analistas consideraram que a potência foi equivalente às bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Nagasaki e Hiroshima em 1945.

"Os membros do Conselho manifestaram sua firme oposição e sua condenação ao teste nuclear realizado neste 25 de maio de 2009 pela Coréia do Norte, que constitui uma clara violação da resolução 1718", disse o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Tchourkine, que preside o organismo em maio.

"O Conselho decidiu iniciar imediatamente os trabalhos sobre uma nova resolução sobre o caso, de acordo com suas responsabilidades previstas na Carta das Nações Unidas".

Vários diplomatas ocidentais manifestaram o desejo de que a futura resolução inclua novas sanções contra o regime comunista da Coréia do Norte.

Uma fonte diplomática russa afirmou nesta terça-feira em Moscou que o Conselho de Segurança da ONU reagirá com firmeza, mas não isolará o regime comunista.

"A adoção de uma resolução dura pelo Conselho de Segurança da ONU é inevitável. A reação deve bastante séria porque está em jogo o prestígio do Conselho de Segurança", declarou o funcionário do ministério russo das Relações Exteriores, que pediu anonimato.

"Não se trata de um bloqueio, de isolamento ou de cordões sanitários. A porta das negociações deve estar sempre aberta", completou.

"As sanções farão apenas que a tensão aumente", destaca o site do jornal Chosun Sinbo, uma publicação pró-Pyongyang publicada no Japão.

"Não importa o tamanho das pressões, a RDPC nunca mudará seu atual curso", acrescenta o jornal.

O presidente americano, Barack Obama, afirmou que a comunidade internacional deve adotar ações contra a Coréia do Norte e chamou de "irresponsável" o teste nuclear anunciado por Pyongyang, que representa "uma ameaça à paz e à segurança internacional".

Em Hanói, Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) e da Ásia, que participam em uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), condenaram o teste nuclear da Coréia do Norte e exigiram a Pyongyang que não realize outros.

A Coréia do Sul infomou que espera verificar o segundo teste nuclear em alguns dias, analisando as mostras de ar para encontrar rastros de partículas radioativas.


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